30 de abril de 2009

Máscaras contra contágio devem ter certificação e custam mais caro

Acessório com certificado pode obstruir 95% da partícula do vírus.
Só governo dispõe do remédio Tamiflu, diz infectologista da Unifesp.

As máscaras cirúrgicas viraram acessório indispensável para quem vai viajar para o México, Estados Unidos, Canadá, Espanha, Nova Zelândia e Reino Unido, países com casos confirmados da gripe suína. E nem todas as máscaras são indicadas para o combate à doença.

E o único remédio eficaz contra a gripe suína, o Tamiflu, não se encontra mais nas farmácias. Apenas o governo teria em depósito, diz a infectologista Nacy Junqueira Bellei, coordenadora do setor de pesquisa em vírus respiratórios da Unifesp.





Máscaras precisam ter certificação

De acordo com o infectologia Edmilson Migowski, do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da UFRJ, as máscaras sem a certificação N95 ou PFF2 devem ser descartadas por quem não está doente e quer evitar o contágio.

A certificação N95 é adotada nos Estados Unidos. No Brasil, a certificação que atende aos padrões da N95 é a PFF2, concedida pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Segundo Migowski, apenas as máscaras com estas certificações são capazes de obstruir até 95% da matéria da partícula do vírus causador da gripe.

Ele explica que a máscara deve encobrir a boca e o nariz, principais canais de contágio do vírus. O acessório, conta o infectologista, não tem validade e só precisa ser trocado em caso de dano, corte, rasgo ou umidade.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) orienta aos médicos que tenham contato com pessoas com suspeitas da doença e com pacientes que estejam com a gripe suína devem jogar fora a máscara após o contato com esses pacientes.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que as máscaras esquecidas em aviões ou nos aeroportos são incineradas.

Cuidado com as mãos

As mãos devem ser lavadas periodicamente. Migowski afirma que os passageiros que vão viajar para as áreas afetadas pela doença podem higienizar as mãos com um sachê de álcool. “Deve-se evitar passar as mãos nos olhos e nas bocas porque esses também são importantes canais de contágio para a doença” explica o infectologista.

Medicamento em falta nas farmácias

A médica Nacy Junqueira Bellei, que também é responsável pelo tratamento à doença no Hospital São Paulo, um dos locais de referência no estado, diz o remédio dificilmente estará disponível no mercado:

"Só o governo tem à disposição. Nas farmácias, já se esgotou e não vai ser reposto. Mas é importante dizer que as pessoas não devem tomar o medicamento por conta própria. Nesse momento, estamos na nossa epidemia de influenza humana de todos os anos no país.

A doutora Nacy adverte:
" A pessoa pode ter um quadro até pior (dessa gripe comum forte) por usar uma medicação que é resistente à influenza". E o médico Edmilson Migowski acrescenta:

“O Tamiflu tem a capacidade de diminuir a replicação do vírus influenza, mas não impede a contaminação da gripe suína”, explica. O medicamento fabricado pela Roche é vendido, em média, no Rio, por R$ 150, mas não é mais encontrado nas prateleiras.

“Muitos clientes que vão viajar chegam na loja e pedem logo o kit, ou seja, a máscara e o medicamento. As vendas do produto aumentaram bastante, mas o próprio laboratório está repassando as caixas do medicamento para os hospitais públicos, prevendo uma possível chegada da doença no Brasil”, informou o farmacêutico Matias Santana, que trabalha para uma rede de farmácias no Rio.

Aumento nas vendas das máscaras

Carla Rezende, uma das proprietárias da loja Doctor Med, especializada em vender produtos hospitalares, informa que cresceram as vendas das máscaras. Segundo ela, várias empresas que recebem executivos dos países contaminados pela gripe suína encomendaram as máscaras para todos os funcionários.

O preço das máscaras N95 pode custar até R$ 10 e as máscaras simples são comercializadas a partir de R$ 0,50. “Hoje (quarta-feira) mesmo muitos turistas americanos nos procuraram para comprar as máscaras. Acredito que todo mundo está ciente da proporção da doença” disse Carla Rezende.

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