Promotores públicos britânicos anunciaram nesta quinta-feira (26) que não apresentarão acusações contra um especialista em informática acusado por um procurador norte-americano de cometer "a maior invasão de computadores militares da história". A decisão representa um revés no esforço de evitar extradição para os Estados Unidos.
Gary McKinnon foi detido pela polícia britânica em 2002 depois que promotores dos EUA o acusaram de acesso ilegal a computadores do Pentágono, Exército, Marinha e Nasa, e de causar danos de US$ 700 mil. Um tribunal britânico decidiu em 2006 que McKinnon deveria ser extraditado para os Estados Unidos para ser julgado. Caso seja condenado por um tribunal norte-americano, ele pode enfrentar pena de até 70 anos de prisão. McKinnon vem tentando reverter a decisão do tribunal britânico desde que ela foi anunciada.
Os advogados dele solicitaram ao diretor de processos públicos do Reino Unido que considerasse uma petição para que McKinnon respondesse a processo em tribunal britânico, o que permitiria que ele recebesse sentença muito mais curta.
Mas a promotoria britânica informou que uma revisão judicial havia chegado à conclusão de que seria errado para ele ser julgado no país.
"Não estamos falando de alguns esforços aleatórios de pirataria, mas de um esforço deliberado para invadir os sistemas de defesa norte-americanos em um período crítico. Danos bem documentados foram causados", afirmou Alison Saunders, da divisão de crime organizado da promotoria britânica. "Os ataques podem ter sido conduzidos do computador da casa de McKinnon, e nesse sentido o caso está conectado ao Reino Unido, mas o alvo e os danos são transatlânticos."
Invasão
McKinnon é acusado de paralisar por 24 horas toda a rede do distrito militar de Washington, do Exército norte-americano, composta por mais de 2 mil computadores.
Ele declarou à Reuters que na época era apenas um aficionado por computadores e que desejava descobrir se alienígenas existiam de verdade. Para isso, resolveu vasculhar grandes redes militares em busca de provas, algo que se tornou uma obsessão para ele.
A decisão britânica desta quinta-feira não significa o fim da batalha legal de McKinnon. No mês passado, a Corte Suprema de Londres decidiu que o hacker, que sofre da síndrome de Asperger, poderia buscar uma revisão da decisão do governo de extraditá-lo.
Os advogados dele argumentam que sua saúde sofrerá e que ele ficará sob risco real de suicídio se ele for entregue a autoridades dos EUA.
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