Pesquisa sobre comportamento das mulheres mostra que novelas da Globo influenciaram o aumento de cinco vezes o numero de divorcio.
Uma pesquisa realizada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) – instituição com atuação em 26 países da América Latina e Caribe – revela a existência de uma forte conexão entre as novelas da “Rede Globo”, até a década de 90, com um aumento significativo no número de divórcios do País. Os estudos do BID demonstram que as novelas ajudaram a influenciar as ideias das mulheres sobre casamento e família, contribuindo para as alterações da taxa dos divórcios e da taxa de fertilidade do País, nas últimas 3 décadas, nos anos 70, 80 e 90, época avaliada no trabalho. Batizados de “Novelas e Fertilidade: Evidências do Brasil” e “Televisão e Divórcio: Evidências de Novelas Brasileiras”, os estudos apresentam que, enquanto a taxa de fertilidade caiu 60% desde a década de 70, o número de divórcios aumentou cinco vezes mais desde a década de 80. E neste período a presença da televisão dos lares brasileiros cresceu dez vezes mais.O pesquisador Alberto Chong, co-autor do estudo ao lado de Eliana Ferrara, descobriu que a porcentagem de mulheres separadas ou divorciadas é maior em áreas que recebem o sinal da “Rede Globo”, em particular, em comunidades menores em que grande parcela da população é exposta às novelas.
“Há ainda indicações sugestivas de que o conteúdo das novelas tenha influenciado também as taxas de divórcios”, diz Chong. “Quando a protagonista feminina de uma novela era divorciada ou não era casada, a taxa de divórcio aumentava, em média, 1 ponto percentual”. De acordo com dados divulgados pela Organização das Nações Unidas (ONU), os divórcios saltaram de 3,3 para cada 100 casamentos, em 1994, para 17,7, em 2002. “A exposição de estilos de vida modernos mostrados na tevê, as funções desempenhadas por mulheres emancipadas e uma crítica aos valores tradicionais mostraram estar associadas aos aumentos nas frações de mulheres separadas e divorciadas nas áreas municipais brasileiras”, diz a pesquisa.
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